Praia central de Piúma passa por estudos de recuperação contra erosão

A praia central de Píúma, no litoral Sul do Espírito Santo, começa a sofrer com problemas de erosão marinha. Situação semelhante que já foi registrada em Marataízes, na mesma região. Para minimizar os impactos, o Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES) está realizando um estudo visando à recuperação da área.

O estudo, que vem sendo realizado por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), está em fase bastante adiantada e deverá ser apresentado em 90 dias, tendo como foco a praia central de Piúma.

Técnicos do INPH, especializados em engenharia costeira e estudos de impactos erosivos sobre a costa, estiveram em Piúma e realizaram levantamentos criteriosos a respeito de correntes marinhas, sedimentos, situações pretéritas e ocupação da orla. Enfim, toda a hidrodinâmica e todos os fatores que possam ter causado interferência sobre o comportamento marinho no local.

Simulações

"Os estudos foram iniciados há aproximadamente um ano. Este tempo se faz necessário por causa das influências astronômicas sobre o comportamento do mar. Na realização dos estudos, são realizadas, simulações do que ocorre em campo, dentro do laboratório do INPH, no Rio de Janeiro; modelagens matemáticas e análises minuciosas de todos os resultados obtidos, explica o diretor geral do DER-ES, Eduardo Mannato.

Ele disse ainda que os estudos a respeito da erosão em Piúma são semelhantes aos realizados nas orlas dos municípios de Marataízes e Conceição da Barra, e têm o objetivo de buscar uma solução definitiva para conter o processo erosivo e devolver a balneabilidade à praia.

26/05/2009 - 09h50 (Gazeta Online)

Erosão marítima na Orla da Praia do Morro Guarapari - ES

Os moradores de Guarapari, região sul do Estado do Espírito Santo, estão temerosos com a desvalorização dos imóveis no município por conta da degradação ocasionada pelo mar na orla da Praia do Morro.

Em entrevista ao Jornal Sindinotícias, a presidente da Associação dos Quiosqueiros do Município de Guarapari (AQMG), Cláudia da Silva, disse que a situação dos quiosqueiros está cada vez mais complicada na região. “Há um ano e quatro meses que tentamos conversar com a Administração Pública do Município e não tivemos nenhuma satisfação. O novo projeto da Prefeitura reduz de 34 para 26 o número de quiosques, além de os colocar mais próximos ao mar, causando a destruição dos mesmos. Com essa redução, a Prefeitura está descumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em 2006”.

O mar está preste a “engolir” os imóveis da avenida devido à erosão que vem ocorrendo nos últimos anos na região. Segundo Cláudia, essa não é a primeira vez que acontece esse fenômeno natural na praia. “A natureza está nos mostrando que essa questão da degradação é um assunto que precisa ser cuidado. Não sabemos se o novo projeto apresentado pela Prefeitura possui estudos relacionados com a maré”, questionou.

O Jornal Sindinotícias entrou em contato com as Secretarias de Obras e Comunicação da Prefeitura de Guarapari e até o fechamento desta edição não tivemos resposta. Esclarecemos que nossa redação está disponível para atender todas as partes envolvidas.

Erosão marítima na Orla de Mucuri - BA

As obras de recuperação da área destruída pela erosão costeira na orla marítima urbana de Mucuri seguem em ritmo acelerado. Amanhã (12/01,) já será iniciado o quarto espigão.
Três dos oito espigões que serão construídos na orla estão praticamente prontos, faltando terminar somente o revestimento externo, que será feito com pedras que variam entre 500 e três mil quilos.
O Prefeito Paulinho está acompanhando de perto as obras de recuperação da orla marítima. Na última sexta-feira o Prefeito junto ao Vice, secretários, coordenadores e diretores municipais caminharam pela orla. “Estou acompanhando de perto detalhes dos serviços executados na orla, afinal essa obra é uma conquista de uma luta muita grande”, destaca o Prefeito.
É a segunda vez em que a dona de casa Clemilda Teixeira Alves, de Belo Horizonte, vem a Mucuri e, em tão pouco tempo, já adquiriu uma casa. A mineira que adora vir ao balneário fala sobre suas expectativas em relação às obras. “Esse trabalho está maravilhoso, estou encantada com o que estou vendo. Eu ouvia dizer que esse trabalho seria feito e hoje vejo que é realidade. Aqui é um lugar muito bom. Muita gente dizia que Mucuri estava acabando, mas não está. Eu já até comprei uma casinha, porque gosto muito de ficar aqui e com essas obras vai mudar muita coisa”, falou.
A maioria dos espigões terá 70 metros de extensão mar adentro e, sua altura vai variar entre 2,5 metros (no enraizamento) e cinco metros (no ponto extremo). Em todos os espigões serão utilizados 32 mil metros cúbicos de pedra.
O responsável pelo acompanhamento e fiscalização da obra de recuperação da área de praia destruída pela erosão marítima de Mucuri, Carlos Fadigas disse que os espigões vão trazer resultados mais visíveis daqui um tempo. “A partir de um ano e meio a dois, vamos ver diferença significativa na orla, apesar de que já conseguimos perceber uma melhoria na balneabilidade da praia”, destaca.
Os espigões serão construídos com pedras que variam entre 10 quilos e três toneladas, e ficarão localizados, como referência, no final das seguintes ruas e avenidas: o 1º na Rua Dois; 2º Rua Atlântica; 3º Rua Xingu; 4º Rua Paquetá; 5º Rua Canárias; 6º Rua Oscar Teixeira de Siqueira; 7º Avenida Perobas e o 8º Rua Jorge Amado. A distância entre um espigão e outro varia entre 158 e 180 metros.
As obras que tiveram início no dia 19 de dezembro estão previstas para terminar no final do mês de fevereiro.

Entendendo Erosão Costeira

As mudanças do nível do mar
Atualmente, a tendência observada em escala mundial é a elevação lenta do nível médio dos mares. Este movimento é causado, principalmente, pelo degelo das calotas polares, que vem ocorrendo há, pelo menos, 20.000 anos. Ao longo deste período, o nível do mar subiu cerca de 150 metros, provocando um recuo da linha de costa. A taxa atual de elevação do nível do mar, devido a este fenômeno, é de 5cm
cada 25 anos, em nível mundial.

Morfologia costeira
A morfologia da costa exerce uma grande influência sobre a erosão marinha. A largura da plataforma continental, presença de promontórios, topografia da praia e a ocorrência de arenitos de praia (beach rocks) e corais apresentam-se com importante papel no fenômeno de erosão. Os recifes de arenito e corais, por exemplo, podem contribuir para a proteção da costa como barreiras naturais contra o ataque das ondas. Estas barreiras absorvem grande parte das energias das ondas, antes que estas atinjam as praias. Deste modo, a movimentação de areias é bastante reduzida entre as praias e estas barreiras.

Conseqüência da Erosão Abrasão

> Erosão Abrasão ou erosão do mar: Atuar sobre o litoral modelando-o e deve-se fundamentalmente à ação de três fatores: ondas, correntes e marés.

Tanto ocorre nas costas rochosas bem como nas praias arenosas. Nas primeiras a acção erosiva do mar forma as falésias, nas segundas ocorre o recuo da praia, onde o sedimento removido pelas ondas é transportado lateralmente pelas correntes de deriva litoral.

Nas praias arenosas a erosão constitui um grave problema para as populações costeiras. Os danos causados podem ir desde a destruição das habitações e infra-estruturas humanas, até os graves problemas ambientais. Para retardar ou solucionar o problema, podem ser tomadas diversas medidas de proteção, sendo as principais as construções pesadas de defesa costeira (enroscamentos e esporões) e a realimentação de praias.

Oque é Erosão Abrasão

A abrasão marinha é a erosão provocada pelo mar, sendo especialmente notória nas arribas, costas altas e escarpadas.
A abrasão faz-se sentir, sobretudo, na base da escarpa em contacto com o mar, onde o material rochoso é desgastado mais intensamente. Ela descalça a base da arriba, que, por acção do peso das camadas superiores, abate, originando no sopé da arriba um amontoado de blocos rochosos, a plataforma de abrasão. Durante algum tempo, a plataforma de abrasão retém a abrasão do sopé da arriba até ao momento em que os blocos rochosos se desgastam e o processo de erosão da base retoma o seu curso normal.
A natureza do material rochoso, o seu grau de dureza e compactação, a orientação e posição dos estratos condicionam a velocidade da abrasão da arriba.
Ventos
Os ventos são os grandes responsáveis pela dinâmica costeira, tendo um papel importante na sedimentação litorânea e nas formações das ondas, contribuindo, também, para a geração das correntes litorâneas.
Ondas
As ondas são geradas pelos ventos, atuam como importantes agentes de energia, constituindo-se na principal causa de erosão e gerando diversos tipos de correntes e diferentes padrões de transporte de areia. Desta forma, a morfologia dos perfis de praias arenosas, em uma determinada região, é definida em função do nível energético das ondas.
Correntes litorâneas e transporte de sedimentos
As ondas que chegam à praia geram uma série de correntes, cujo padrão depende do ângulo de incidência que fazem com a linha de praia. As mais importantes são as correntes de marés, as correntes oceânicas e as geradas pela arrebentação da onda.
As correntes litorâneas transportam os sedimentos que são colocados em movimento pela ação das ondas. Este movimento de areia é denominado de deriva litorânea e constitui-se num processo significativo de transporte de sedimentos ao longo das costas arenosas.
Marés
As marés são importantes ondas dos oceanos, as quais apresentam um levantamento eabaixamento rítmicos, que se traduzem por uma oscilação periódica do nível do mar, devido à atração dos astros sobre as águas.
Esta oscilação d'água é acompanhada de correntes horizontais (correntes de marés), sendo que duas vezes durante o mês, na lua nova e na lua cheia, quando ocorrem as marés mais altas, chamadas de sizígia.
No domínio costeiro, a amplitude da maré pode ser a causadora de profundas modificações no processo de sedimentação do litoral, seja acumulando ou erodindo a costa.